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Mostrando postagens de outubro, 2010

resenha literária - MILTON HATOUM - ÓRFÃOS DO ELDORADO

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MILTON HATOUM E OS ÓRFÃOS DO ELDORADO - UMA SAGA DA MEMÓRIA SOBRE O DESENCONTRO By Rômulo Giácome Órfãos do Eldorado é uma história de desencontros (...). Arminto é um protagonista narrador que busca nos desvãos de sua memória a própria vivência (ou sobrevivência) que exala por um buraco na consciência, jorrando lendas, contos amazônicos, fragmentos de uma cultura ribeirinha aflorada. Arminto é descendente dos Cordovil, raça branca colonizadora e exploradora das margens do rio Amazonas. Seu avô já era um grande explorador,

O CASO TIRIRICA E DILMA ROUSSEF: DEMOCRACIA OU MASSMEDIA?

O CASO TIRIRICA E DILMA ROUSSEF: DEMOCRACIA OU MASSMEDIA? by Rômulo Giacome O que pode ter em comum casos tão díspares? O que a política tem a ver com mídia? Bem, desde que Walter Benjamim e Adorno discutiram o poder da indústria cultural, nunca mais os estudos ideológicos foram os mesmos. E nunca mais conceitos como “povo”, “massa”, “telespectador”, “mídia”, “democracia” foram tão próximos. Nós ainda insistimos em separar coisas inseparáveis: conduta social e mídia; ética social e comportamento midiático; democracia e massmedia; já não existe mais separação entre a conduta individual e coletiva. Já somos frutos de um comportamento cada vez mais determinado pelas formas ideológicas dominantes e por um contrato perverso entre todos. Ficamos cada vez mais parecidos e unânimes nos gostos, modos, crenças e valores. Acabamos, cada vez mais gostando das mesmas coisas. Culturalmente somos uma maioria vazia respingada por multi-midiático. É a famosa e amendrontadora estandartização cultural

PROSA E VERSO: PÁSSARO NO VARAL & REDEMOINHO

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Um pássaro fino, intricado na linha do varal Amarrado a ele o nó do mundo Verdejando e amarelando dores e sofrilégios Abóboda beata do céu ao seu arrebol Voou e cantou em cada varal Assinalando e fechando o nó do presságio e o crepúsculo Na casa debaixo um coro de vozes Na casa bem embaixo No baixio, um coro de vozes grita sonoro Baixo, bem abaixo, mulheres de roupa gritam; E as vozes ecoam em mim a todo tempo; A sombras pairam noturnas no sol do meio dia A dor de cabeça não cessa E a vida deságua no precipício; (Rômulo Giácome, Outubro 2010) Corriam em volta da fogueira e cantavam sem parar. Por detrás da abóbada do céu já aparecia a noite, em turbilhões por sobre as cabeças, em ondas de vento frio e faíscas, cinzas e pequenos insetos da fogueira, que rodavam e rodavam, rodavam. Alucinadas crianças se fingiam de surdas e mudas e jogavam-se, quase, na fogueira que crepitava enriquecida pelos devotos que a al